sexta-feira, 29 de março de 2013

quarta-feira, 27 de março de 2013

segunda-feira, 25 de março de 2013

Prá ver a vida passar...

Chega uma hora, na vida da gente, na qual a gente precisa de uma cadeira de balanço. Sempre pensei isso, desde os tempos da minha infância, quando minha vizinha, Dona Izaura, ficava sentada na varanda, numa cadeira dessas, mas de madeira, lendo livros enquanto assistia eu e meus amigos e amigas jogando bola, empinando pipa, jogando pião e bolinhas de gude. Porque - sinceramente - as brincadeiras de garotos sempre foram mais divertidas prá mim. Eu só brincava de bonecas prá fazer roupinhas com os restinhos de pano das costuras da minha mãe - de resto, era uma "rueira".

Mas agora, que tanta água já passou debaixo da minha ponte, eis que minha alma, já há algum tempo, tem pedido por um balanço...

Minha ideia era ir no Bazar do Abrigo Bezerra de Menezes comprar uma cadeira de balanço linda que eu tinha visto dois bazares atrás: de madeira colorida prá parecer mogno, bem torneada prá parecer móvel antigo, só com as almofadas meio judiadas... Até me imaginei lixando tudo, envernizando, comprando espuma nova pro encosto e pro assento, forrando eu mesma com gobelein ou chenille... Custava só 70 merrécas!

Mas o patrão se antecipou ao meu desejo e me proibiu: disse que a reforma ia acabar encarecendo a cadeira, que ia ser coisa usada (e ele não gosta...). Então dei um ultimato a ele: tinha que me comprar essa de metal, igual àquela que eu tenho no sítio. É uma pechincha: R$130,00, super-ergonômica por causa das tiras plásticas - uma delícia sentar nela.

Peguei dois travesseiros velhos e improvisei as almofadas, prá ficar mais confortável ainda - não reparem, não sou muito boa em patchwork. Prá falar a verdade, meio que foi um "fracasso de bilheteria": quando terminei tudo e chamei os filhos prá verem - e me elogiarem - meu filho disse: "Meu Deus! A mamãe foi na floresta, matou um dos ursinhos carinhosos e fez almofadas com o pelo dele!!!". E todo mundo riu da minha cara... É assim mesmo: cruel passagem do tempo. Os filhos que eram bebezinhos doces ficam com senso de humor - e aí nem você escapa.

Mas agora posso continuar meu plano maligno de manter o "Marildo" ao meu lado sendo Sherazade - lendo livros pra ele e pros filhos. Comecei lendo só pros pequenos, mas nunca parei - a gente se reúne na sala, se acomoda e eu leio em voz alta prá todo mundo. E quando os filhos tem mais o que fazer, leio só prá ele. Não, ele não é analfabeto - só tem especial predileção por ouvir o som da minha voz...

A cadeira era assim:

Prendi as almofadas (que nada mais são do que travesseiros) com tiras costuradas atrás dos babados, assim:



E você, que é madame, pode comprar uma cadeira melhor, de madeira de lei, fazer almofadas mais bonitas que as minhas, mas não pode perder de dar umas balançadinhas, pensar na vida, assistir o tempo passar, devagarinho...

quinta-feira, 21 de março de 2013

Favorito




O patrão me olha com brilhinhos nos olhos quando eu visto esse vestido, então, atualmente, ele é queridinho da mamãe. é bem "senhora", tanto pelo corte quanto pela estampa, mas - quem eu quero enganar? Já dobrei mesmo o Cabo das Tormentas... 

Fácil de fazer - novamente é quase um saco de se enfiar pela cabeça - feito de microfibra estampada em fundo escuro, com renda "gripir" no pescoço. Prendo o cabelo com um adereço prateado bonito atrás, num quase coque, coloco no pescoço minha medalha de marcassitas e me sinto uma madame - modéstia a parte. 

Faz um prá você também - usei 1,20 m de microfibra, mas também fica bom em crepe de seda ou então em viscose: tecidos com caimento lânguido, delicado, ultra-feminino. 

Use estampas delicadas em fundo escuro ou claro à sua escolha e faça-o mais alegre, de conformidade com a sua sede de vida e é só passar um batonzinho, pro sorriso de monalisa modesta ficar ainda mais bonito...


Palavras ao vento

É como chover no molhado, às vezes, lutar por aquilo em que se acredita. 

Fica até chato ser assim, tão repetitiva, insistir em ficar balançando a mesma bandeira, reiterar o argumento. 

Mas - vejam bem... - não tenho mais saúde para passeatas e, às vezes, cai em mim todo o peso do tempo... 

Então  restam somente palavras - as que preciso falar, para sentir que ainda luto contra absurdos que li ou ouvi. O último de meus motivos de revolta foi - pra variar - mais uma "pérola" cuspida pelo deputado federal Marco Feliciano, nosso (in)dignissimo Presidente da Comissão dos Direitos Humanos...



"Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter filhos. Eu vejo de uma maneira sutil atingir a família; quando você estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade onde só tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos".  Esse trecho faz parte de uma entrevista dada pelo dito deputado em 2012, para a feitura de um livro... 

Depois de tantos absurdos ditos por esse homem, parei pra pensar: numa população de quase 200 milhões de pessoas, onde mais da metade são mulheres, onde estatisticamente 51% são estatisticamente negros, por quê a dificuldade de se atingir as 500 mil assinaturas pra pedir sua destituição? 

"Os negros são amaldiçoados  - ele disse, e muita gente pode até pensar "É um absurdo o que esse cara diz" e "Ninguém vai dar ouvidos a ele",  ou até mesmo "E eu com isso? Não sou negro mesmo!"... 

"Não coloco negros e homossexuais no mesmo saco. Ser homossexual é uma questão de escolha. Ser negro, uma questão de azar". Eu não conseguiria ser homossexual nem por um dia, se eu quisesse. Não acredito, sinceramente,  que seja uma questão de escolha, mas acredito sim no direito de se ser como se é, de escolher suas amizades e seus relacionamentos, desde que de comum acordo entre dois adultos responsáveis e desde que não se fira nem se violente a vontade, o livre arbítrio de outrem. O que cada um faz de sua vida é de sua conta. Deus é maior, ama mais, aceita mais, perdoa mais - acredito firmemente nisso. 

"Que me importa!", alguém pode dizer, "Não sou homossexual e também não vou com a cara deles".  Direito seu. Mas eles também estão no direito deles... 

E se a gente for se calar quando o direito de alguém for atacado, quem garante que o próximo direito atacado não será o nosso? 

"O que ele diz são palavras ao vento" - alguém pode dizer, mas tem sementes nessas palavras - vamos deixar que germinem, prá ver no que é que dá?

"Ele é como um cachorro latindo do outro lado do portão, não me atinge": mas o portão pode abrir a qualquer momento - e tem gente escutando o discurso preconceituoso dele... Discurso como o de um "skin head" com cabelo, palavras de um neonazista disfarçado... Basta prestar atenção no que ele diz e perceber o que está sendo pregado - e sabemos como são perigosas tais ideologias. 

Ele ofende os negros - e não fazemos nada

Ofende os homossexuais, e não fazemos nada

Diz que as mulheres são "coisas", propriedades, que não devem trabalhar fora. Diz que, por termos direitos iguais, acabaremos por não querer mais ter filhos. 

"Peraí!!!" - digo eu!!! Que eu me lembre não somos meras reprodutoras, "vacas no pasto" destinadas a produzir filhos para os homens! Daqui a pouco vai dizer que não devemos aprender mais a ler nem escrever, senão vamos escrever bilhetes prá alguém, ler o letreiro do ônibus e ir a lugares sem a autorização de nossos donos!  Tirar carta de motorista? Nãããão! Direito à voto prá quê? Vão colocar também senhas em nossos computadores domésticos, prá gente não poder acessar nada sem que eles nos permitam e nós vamos continuar sem fazer nada? Não achem que eu estou exagerando, não! Tudo pode mudar de uma hora prá outra, basta a gente não se mexer. Fechar os olhos não faz o bicho papão ir embora, não faz a injustiça desaparecer. 


Hitler começou fazendo seus discursos em uma cervejaria - e logo uma nação inteira o idolatrava e seguia sua cartilha. E olha que era uma nação de gente muito mais instruída que a nossa, um país mais antigo, com muito mais história... 

Não se enganem: pior que o lobo em pele de ovelha é o lobo em pele de pastor: quando a gente menos esperar, a turma dele (pois acreditem: ele não está só em suas ideologias...) vai criar também um cadastro religioso, separando católicos, muçulmanos, judeus, espíritas, vai separar cada uma das igrejas evangélicas... Não demora veremos bairros de só para negros? Os homossexuais vão ter que usar uma braçadeira com uma estrela rosa no ombro? 

E nós, mulheres e mães nos tornaremos incapazes para os atos da vida civil sem a tutela de um homem... 

Não sei quanto a vocês, mas eu sou inteligente demais, talentosa demais, filha de Deus demais pra abaixar a cabeça e andar dois passos atrás de qualquer homem que seja. Sou dona de casa, sim, por opção de amor aos filhos, mas parei de trabalhar fora porque quis, ninguém me forçou a isso - e nem poderia. Enquanto trabalhei fora fui uma excelente mãe e acredito que todas nós conseguimos dar conta daquilo que nos propomos fazer - porque Deus nos fez assim, fortes. 

Eu me nego a ser passageira de segunda classe na viagem da vida. 

E você? 

Então, assine já a petição  divulgue nas suas redes sociais, no seu blog, converse sobre isso no trabalho, na cabeleireira... Faça barulho, faça a diferença e ajude a empurrar esse entulho barranco abaixo, construindo um Brasil que a gente tenha mesmo orgulho de chamar de "pátria amada".


foto tirada DAQUI

terça-feira, 19 de março de 2013

Bolsa nova com pap bem fácil!!!

Aniversário da Fernanda, amiga do peito da minha Lola:

"Mamãe, faz uma bolsa prá dar prá Fernanda de aniversário?"

"Prá quando, deusa do amor?"

"Prá domingo agora..."

E lá vai a velha na loja de tecidos, atrás dos paninhos prá fazer a bolsa que a Lola quer que eu faça  - achou na internet esta lindinha aqui:

Me inspirei, mas não fiz igual, até porque não tinha tricoline rosa com bolinhas marrons, nem marrom com bolinhas rosa - mas tinha similar e NÃO TEM TU, VAI TU MESMO...

As imagens dizem mais que as palavras (mas coloquei legendas, prá ficar mais mastigadinho...):
O molde: encarte de supermercado preso na grade do portão: arredondadas duas pontas com o auxílio de um copo de requeijão.

O material: meio metro de brim marrom (pro lado de dentro e prá alça), 30 cm de tricoline marrom e meio metro de tricoline rosa (usa mais)

Mais material: uma folha de EVA (prá dar sustentação à bolsa) e manta acrílica (não tá na foto, mas usei prá deixar a bolsa fofa)

Na hora de cortar a alça: +/- 2/3 da folha em seu comprimento (14 cm). Cortei medindo 1 metro de comprimento

Lado de dentro da bolsa: feito de brim com reforço em EVA. Cortei o EVA menor 1 cm (assim ele encaixa em tudo depois de costurado...)

Cortando a lateral da bolsa (uma vez na tricoline, uma vez no brim

Parte da frente da bolsa: EVA, brim, tricoline e bolso. Tudo o que é de tricoline passei entretela colante com o ferro.

Cortei um bolso prá parte de dentro - é o pedaço menor. Tem que fazer uma bainha (na parte que não é arredondada)

Na lateral da bolsa eu fiz assim: na tricoline prendi com zig zag o plumante. Na parte de brim não prendi nada.

Parte de cima (ou tampa da bolsa): brim para o avesso, tricoline marrom para o direito (costurada com plumante) e EVA para sustentação

A parte da tampa já com o plumante, mas sem o forro.

Dobrei o bolso da frente ao meio, alfinetei e costurei com uma linha bem no meio, prá fazer dois bolsos

A alça: dobrei ao meio, mas 1/4 de cada vez, em direção ao centro.

Forrinho da alça em EVA: 2,5 cm de largura

Posiciona o EVA em um dos lados...

dobra e costura.

A fita de EVA não é do mesmo comprimento da alça, então emenda um pedaço. Contudo, NÃO corta reto e sim na diagonal, assim não aparece a emenda

Passe 3 costuras - assim fica bem reforçado e o EVA fica bem preso

Enfeite da tampa da bolsa: envolve uma tira de EVA com tricoline rosa e costura por cima. Pega outra tira de EVA , mede, faz uma tira costurada de tricoline onde a tira de EVA caiba e passe por dentro.

Com essa segunda tira, faça um laço e costure à mão, para ficar bem preso

Prenda o laço usando um pedacinho de tricoline e pregue o botão (não achei morango, então foi joaninha mesmo...)

Posicione o forro e alfinete. Pregue o viés rosa claro em toda a volta.

Posicione o bolso do lado de dentro,  no forro da bolsa, alfinete e faça a costura central

Prenda o ímã no centro do bolso na parte da frente (a parte do ímã que tem o rebaixamento central)

Costure toda a parte externa da bolsa, formando um saco, e faça piques nos cantos arredondados

Costure toda a parte de dentro e também faça piques nos arredondamentos

Cole o EVA  no forro, não ultrapassando a linha da costura e deixando sem colar os últimos 5 cm em cima

Eis a parte externa da bolsa, quase pronta...

Olha como ela fica por dentro: parece algodão...

Olha a parte interna da bolsa, costurada e deixada sem desvirar - reparem o bolso. Nessa hora você tem que decidir: os dois bolsos de fora vão ficar costa com costa com os bolsos de dentro, ou em lados opostos?

O EVA colado no avesso do forro...

Encaixe o forro dentro da bolsa

"Ti bunitinha" tá ficando...

Agora: como tudo tinha o mesmo tamanho e foi costurado com a mesma margem, é normal quando encaixa que um pedacinho do forro fica aparecendo: corta fora.

Corta o EVA menor que tudo pelo menos 1 cm. Se, por um acaso da vida, você passou cola quente até em cima,  vai ser difícil costurar agora: a cola quente endurece e a agulha da máquina comum não passa por cima...


Vira 1 cm da tricoline prá dentro, alinhava. Vira 1 cm do brim prá dentro e alinhava também.

Dá uma "pré-encaixada"  na alça (que ainda tem um lado aberto; o lado sem viés) e marca onde vai colocar o ímã.

Aplique o ímã na tampa, juntando o EVA e o forro de brim. Encaixe a tampa na parte de trás da bolsa, encaixe a alça, medindo que comprimento quer que ela tenha, alinhave e costure. PRONTO! Tá feita a bolsa!!!


Prá deixar ainda melhor, peguei um livro grosso que cabia como uma luva dentro da bolsa, envolvi com plástico, enfiei dentro da bolsa e depois pintei, por partes, toda a bolsa por fora e por dentro da tampa com Termolina Leitosa (poderia ter usado goma laca também).
Ah, na hora de pintar os bolsos frontais, coloquei dentro deles dois pedaços retangulares de plástico, recortados de caixa de sorvete Kibon - senão os bolsos ficariam colados...


E eis aqui a bolsa pronta: não ficou igual a que a Lola queria, porque não tinha tecido nem botão igual, mas ficou com profundidade - cabe mais coisa... Tem mais bolsos e a Fernanda adorou, segundo minha Lolinha. Aqui tá ela usando:




Agora só  me falta arranjar um brazão bem legal e bordar o lema da minha família: "Quem meus filhos beija, minha boca adoça", que foi a real inspiração prá caprichar no presente.  

Ainda tem dúvida? Então espia os gráficos de mãe no Paint que eu fiz:

Melhor que isso, só se eu fosse na tua casa e segurasse tua mãozinha enquanto você costura...