Tive um cachorro preto, quando eu estava com uns 6, 7 anos, que se chamava Duque (acho que todo mundo no Universo já teve um cachorrinho com esse nome...). Não era como esse aí da foto que eu achei na net, mas tinha esse mesmo olhar doce... Era só um viralatinha, igual qualquer outro, magrelo, brincalhão, cheinho de pulgas - não importava quanto banho a gente desse nele.
Naquele tempo não tinha esses remedinhos que a gente passa no pescoço - e também, se tivesse, a gente não tinha dinheiro...
Ele vivia pela rua, que o muro era baixo e ele pulava - não adiantava fechar com trinco o portão. Voltava machucado de briga com outros cachorros (que ele geralmente perdia, pois era um espirrinho de cachorro...), voltava sujo - e às vezes demorava um dia ou dois prá aparecer, matando todo mundo de preocupação.
Muitas das vezes em que ele sumia era porque a carrocinha tinha apanhado ele.
Que desespero!!!
Vocês sabem que eles matam os coitadinhos que ninguém vem buscar - minha mãe contava que iam prá fábrica de sabão... Quando eu pegava nas mãos uma barra de sabão Vencedor, daquela cor de mostarda rançosa, quase chorava, imaginando se tinha sido feita com cachorro... E já pequenininha eu ajudava minha avó a lavar roupa com ele: ela jogava uma água no cimentado do quintal, estendia o cobertor, molhava bem ele, me dava a pedra de sabão e eu ia esfregando, de joelhos, até ficar bem cheio de espuma... Daí ela ia jogando água com a bacia até a água sair limpa, chamava minha mãe, tirando ela da costura, elas torciam juntas o cobertor e punham no varal, limpinho...
Que desespero!!!
Vocês sabem que eles matam os coitadinhos que ninguém vem buscar - minha mãe contava que iam prá fábrica de sabão... Quando eu pegava nas mãos uma barra de sabão Vencedor, daquela cor de mostarda rançosa, quase chorava, imaginando se tinha sido feita com cachorro... E já pequenininha eu ajudava minha avó a lavar roupa com ele: ela jogava uma água no cimentado do quintal, estendia o cobertor, molhava bem ele, me dava a pedra de sabão e eu ia esfregando, de joelhos, até ficar bem cheio de espuma... Daí ela ia jogando água com a bacia até a água sair limpa, chamava minha mãe, tirando ela da costura, elas torciam juntas o cobertor e punham no varal, limpinho...
Mas, voltando ao Duque: se a carrocinha tinha levado o bichinho, minha mãe - a melhor do mundo - ia resgatar! Se virava com alguma costura, fazia mão e pé de alguém e lá ia ela, de ônibus, buscar nosso cãozinho.
Assim foi uma porção de vezes... Ele voltava, tão feliz, tão agradecido, tão amoroso...
E um dia minha mãe chegou tarde... Não conseguiu juntar o dinheiro do "resgate" a tempo... Ele já tinha sido morto...
Odeio a carrocinha. Já adulta, quando eu ia a pé pro trabalho e via ela chegando, aquele homem mau com sua rede (eu sei que é o trabalho dele mas, caramba!!! Vai vender banana na feira, vai trabalhar de pedreiro, faz outra coisa!!!), perseguindo os bichinhos, eu saía gritando, correndo, espantando eles. Quantas vezes o homem me chamou de louca - perdi a conta...
Eu sei que é problema de saúde pública, que cachorro que não é vacinado pode transmitir raiva, que raiva não tem cura... Mas os cachorrinhos também não tem culpa de serem abandonados nas ruas!!!
Devia existir é vacina prá coração ruim, coração de pedra, que trata os animais como se fossem coisas: uma hora quer, quando não quer mais joga fora.
Nas férias de janeiro - nem contei prá vocês... - apareceu um cãozinho abandonado lá no sítio (volta e meia aparece, o caseiro já pegou dois... Gatos, então, tem de monte: os donos passam pela estradinha de terra à noite e largam os coitadinhos...). Eu tava na pia, preparando o almoço, quando espiei pela janela da cozinha e vi esse bichinho abanando o rabo prá mim, como se me conhecesse a vida toda, falando "Oi!"...
Chamei todo mundo e ele era tão amoroso, tão receptivo, se jogava no chão prá gente!
Cada um já pensou num nome... O "Marildo" chamou ele de "Vida Boa", porque ficava esparramado aos pés dele, enquanto ele lia na varanda, como se sempre houvesse pertencido àquele lugar... Realmente um nome na medida e inspirado...
Viemos embora pedindo ao caseiro que cuidasse bem dele, demos dinheiro prá ração e vacinas. Só não trouxemos prá São Paulo porque era machinho - e a gente tem 3 fêmeas que, apesar de castradas, ia dar uma bagunça... - e também porque pensamos que ali seria um ambiente muito mais sadio (melhor do que viver preso em um quintal de piso frio na cidade).
Devíamos ter trazido prá São Paulo - arrependimento é um fardo tão pesado, não é? Quando fomos procurá-lo, mal chegamos pro feriado, a mulher do caseiro nos informou que ele tinha fugido... O marido dela precisou ser internado uns dias, por causa de pressão alta e o filho deles veio da cidade, prá tomar conta do sítio - deve ter assustado o bichinho...
Que Deus lhe arrume donos maravilhosos, cheios de amor prá dar e merecedores de todo aquele amor que ele transbordava - e que o bichinho tenha, realmente, uma vida prá lá de boa...
(...)
Quando meus filhos eram pequenos a gente alugava uma fita chamada "Todos os Cães Merecem o Céu", muito linda - já assistiram?
Espero que exista mesmo um lugar assim e que meu Duque - e todos os lindos bichinhos que eu tive o prazer de amar nesta vida (cachorros, gatos, o pássaro preto...) - estejam juntos com todos os outros do mundo também lá, brincando como criancinhas... Afinal, eles também saíram das mãos do mesmo Criador, Pai de tudo o que vive...
Ahh Rosa, é bom e ao mesmo tempo tão difícil ter esse amor pelos animais, né? A gente sofre demais por não poder ajudar todos os que precisam. Mas tento pensar que faço a minha parte, tenho quatro cães, são três fêmeas e um macho,e mais um gatinho, todos foram de doação ou abandonados. Minha vida toda convivi com cães e gatos, não sei viver sem eles. Também conseguimos, eu e o marido, que alguns sem dono fossem adotados por amigos. Vocês fizeram o melhor, que agora seja feita a vontade de Deus, e quem sabe da próxima vez que for ao sítio, o Boa Vida esteja lá te esperando?
ResponderExcluirE espero (na verdade acredito mesmo) que um dia vamos nos reencontrar com todos os que partiram, as pessoas amadas e nossos queridos bichinhos!!
beijos
A vida da gente se torna tão rica quando convivemos com eles!!! São crianças desde o dia que entram em nossa vida, precisando do nosso carinho, do nosso cuidado... Parabéns a você pelo seu grande coração, por abrigar tantos animaizinhos que Deus enviou à você, para serem felizes e prá te fazer feliz também. Beijos!
ExcluirEu também espero reencontrar pessoas queridas e meus amodos bichinho, que foram muitos. Eu também adoro cães e gatos. Atualmente tenho 3 cadelas ,1 cachorro e dois gatos, todos recolhidos da rua. São os melhores amigos e companheiros que temos mesmo.
ResponderExcluirEspero ansiosa essa postagem da maquina de fazer leite de soja.Bjs
A propósito vc tem a cartela de conchinha? Se tiver pode postar pra mim???Bjs
Parabéns, Célia querida, pelo seu coração aberto e amoroso que acolheu tantos bichinhos. Eles são uma alegria na vida da gente...
ExcluirPode deixar que vou fazer esta semana a postagem do leite de soja. E a cartela de conchinha eu precisava ver a imagem - você tem prá me mostrar? Eu tenho um livro de cartelas, mas não sei qual é... Se você achar uma foto, me avisa, tá bom? Beijos!
d rosa tem um post no face que diz que os animais nao falam mas apenas seu olhar carinhoso ja nos basta,e tem tbm um que diz que eles vivem menos, porque já nascem amando de uma forma que nós seres humanos passamos a vida toda pra aprender.... eu tenho uma fila brasileira tigrada e adoramos ela. bom agora mais uma perguntinha rsrsr, vi em uma postagem antiga uma jaqueta que a senhora fez com linha anne, eu tentei usa-la na minha maquina e não deu muito certo tem algum segredinho, pois pelo que vi sua maquina e elgin e a minha e lanofix será que tem diferença? tentei varias regulagens e nada bjs e obrigada.
ResponderExcluirBom dia, Elisabete querida. Linhas de algodão são mesmo difíceis de trabalhar na máquina, especialmente as duas primeiras carreiras. Na frontura então são um pesadelo. Se você vai fazer só na máquina, você pode tentar montar com outra linha ou lã a primeira carreira, daí passa prá Anne e, quando acabar o trabalho, retira a linha diferente do começo e arremata com Anne em crochê. Eu nunca tive uma Lanofix, não sei se tem diferença, mas na minha elgin 840, apesar da carreira inicial ser difícil, depois vai tranquilo. Beijos e espero que você consiga.
Excluird rosa obrigada pela resposta minha lanofix é a 321 super memória li na internet que tem tem uma maquina dessas e diz que ela não presta é porque não sabe lidar com ela, ( eu não sei mesmo rsrsr) ela começa trabalhando bem mas depois de algumas carreiras ela derruba os pontos vou tentar novamente bjs.
ExcluirChegou, Rosinha!
ResponderExcluirFoi bom?
Seja muito bem vinda!
E vem com outra história linda, muito triste, mas linda!
Beijinhos
Foi bom, não queria voltar - adoro ouvir grilos prá dormir... Beijos e obrigada pelo carinho.
ExcluirRosaaa! Fiz o leite! Juntei tuas informações com videos do youtube e fiz!! Tem um que pede pra deixar os grãos no forno a 180 graus por 5min e depois fazer o teu sistema. Como tenho um liquidificador com copo de vidro, eu bati sem dó com a água fervente depois ;)
ResponderExcluirFiz com o suco de uva para a filha mais nova e ela amou!!! Hoje cedo já coloquei a soja de molho e vou fazer mais tarde de novo.
Só que aqui em Bsb tudo é mais caro então a soja que comprei custou R5,00 mas mesmo assim fica barato quando fazemos as contas como vc disse!
bjs
Olivia
Que delícia! Agora você vai fazer como eu: só vai comprar leite de soja industrializado se estiver viajando e não tiver outra opção. Beijos!
Excluir