sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Casaquinho de verão


Esse "acabei de acabar", prá mim... Nem estreei, nem passei a ferro, já pedi prá Naninha posar prá foto e então falei prá ela: vai prá aula de ginástica usando... Conta prá mulherada que só custou R$15,00 reais (O que? Eu vi direito? Só 15 merrécas????) 



Aí sua Majestade falou: "Não, bobinha, diz que custou 200 reais... Falando que custou barato ninguém dá valor..." Eu devia ter ouvido ele... Lá na Academia as mulheres adoraram, disseram que eu tinha mãos de fada, aquele negócio todo, patati, patatá, até a Nana dizer que tinha custado só 15 contos. Daí choveu besteira: "Fala prá sua mãe vender prá mim por 30 - já vai tar lucrando o dobro" "Que nada, diz prá ela vender prá mim por 50, é mais que o triplo"... 
É nessas horas que eu lembro porque eu não faço nada prá fora: todo mundo acha que, porque você gosta do que faz, devia fazer de graça; a remuneração pelo trabalho feito com prazer devia ser o próprio prazer de fazer... É por isso que as cantoras, as atrizes, os médicos, os advogados, todos que acertaram em cheio na vocação e exercem sua profissão com prazer trabalham de graça...

(Antes que mais alguém me interprete mal, deixa eu explicar: minha bronca é com quem não dá valor ao trabalho e ao esforço alheio. Por exemplo: uma empregada diarista está cobrando quanto, uns 200 reais o dia? Pois bem, todo o trabalho que ela faz a gente sabe que é duro, cansativo, difícil e que ela merece ganhar seu dinheirinho... Mas, na hora de alguém remunerar uma crocheteira, por exemplo, que passou dias fazendo ininterruptamente uma linda blusa, pontinho por pontinho (uma verdadeira obra prima!) com os mesmos 200 reais, acha muito caro, regateia, pechincha até não poder mais... Se cantores dando seus shows, atores representando seus papéis, médicos salvando vidas, engenheiros modificando a cara do mundo, advogados fazendo valer a lei merecem ser remunerados pelos seus serviços, assim também merecem aquelas pessoas que, como minha mãe, pedalam máquinas pela vida afora, transformando tecidos em sonhos, linhas em obras de arte de se vestir... Afinal, de graça só serviço voluntário, feito de coração pelo bem do semelhante, pois até relógio antigo precisa de corda para trabalhar...)

Fiquei o resto do dia possuída pelo espírito da Dercy Gonçalves, resmungando palavrões baixinho, azeeeeda. 
Bom, já passou!
A blusa taí, a receita não é minha, mas fica aí a dica: a linha Class da Aslan, 5 novelos a menos de 3 reais cada, é linda (como Anne misturada com Suzi, a maciex do algodão com o toque geladinho e brilhate da viscose), deliciosa ao toque e tem cores lindas. A minha é acobreada clara, um luxo. Corre que ainda tem na Aslan .
Bons crochétis!
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5 comentários:

  1. olá
    adoro tuas coisas, mas por favor não generalize ao criticar as profissoes alheias, gosto do que faço, cobro por isto porque estudei 5 anos pra fazer o que gosto, e aprendi que se vc não colocar preço ninguem te valoriza...ah, sou advogada, alem de trabalhar com artesanato.

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  2. e visite meu BLOG
    francis-artes.blogspot.com

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  3. Você entendeu tudo errado, colega: critiquei quem acha que artesanato tem que ser de graça porque é feito com prazer. Quanto a médicos, engenheiros e advogados (que, aliás, eu também sou) estudaram para fazer disso sua profissão e meio de vida: só relógio antigo, de corda, é que trabalha de graça.

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  4. Querida Rosa,
    Passando para elogiar seu trabalho que é sempre maravilhoso.
    O ser humano é muito difícil, não tem como agradarmos a todos.
    Eu apoio o seu comentário.
    Muitos beijos.

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  5. é sempre um prazer receber sua visita aqui na minha janela, Ana querida. beijão!

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