terça-feira, 5 de julho de 2011

Era uma vez uma jaqueta de criança...




Hoje é dia de customizar, reaproveitar, reinventar algo que você goste muito - ou não goste nada - e fazer ficar com outra cara. Acho que já deu prá perceber que eu não sou nem um pouco louca, pois não rasgo dinheiro. Economizo, reaproveito, reciclo. E não é apenas porque eu nasci muuuuuuito pobre: é porque eu sou muito consciente do valor das coisas. 


Vivemos hoje em uma sociedade muito rica - nunca jogamos tanta coisa fora. Se você passar aqui no meu bairro, na estrada que dá acesso à Rodovia Presidente Dutra, vai ver toneladas de roupas jogadas no jardinzinho que divide as duas pistas (isso bem em frente a um aglomerado de barracos, de uma favela ainda em estado de formação...). Roupas que algumas pessoas conseguem batendo de porta em porta, simulando serem de alguma instituição de caridade: depois que eles separam o que interessa, descartam tudo ali, e depois tacam fogo...
Logo nosso planeta se chamará Planeta Lixo... E vocês acham que o Paizinho do Céu está gostando disso?
Bom, deixando essa conversa prá outra ocasião, a história aqui se desenrola no "rolar" de alguns anos, onde uma jaqueta de veludo do meu moleque, tamanho 10/12 anos, muito querida dele, ficou esquecida no maleiro do guarda roupa. Na verdade, sempre vou doando tudo que não serve mais neles, mas essa jaqueta - foi a primeira que fez ele ficar mesmo com cara de homenzinho, tão entendendo? É queridinha... Ela é bem grossa, com forro, muito bem feita e ele ficava "maravilindo" com ela. E eu tive essa idéia de guardá-la, prá tentar reformar ou usá-la como molde para outra, maior. Mas acabei esquecendo mesmo.
Daí, ano passado, a Lola achou, provou e ficava boa em tudo - menos nas mangas, que eram muito curtas.
Munida de uma tesourinha de bordado e muita paciência, virei ela do avesso e desmanchei os punhos, pontinho por pontinho. Depois a costura do forro e por fim a costura do veludo - sem descosturar as mangas dos ombros. A Naninha foi prá mim na loja de tecidos e comprou 30 cm de veludo. Custo: R$3,00!!!
Foi só cortar as mangas, na altura que eu calculei que, juntando o novo veludo, caberia na Lolinha. Costurei. Eu tinha essas etiquetas bordadas, parecendo galões militares, duas com fundo preto e duas com fundo verde: apliquei as verdes no veludo preto e as pretas no veludo verde. Encompridei o forro com uma sobra de forro que eu tinha. Costurei a manga e o forro e repreguei os punhos. Antes disso: os punhos tinham um elástico muito apertado, para punho de criancinha, então eu abri e substituí por outro elástico, maior, dando mais folga. Depois foi só colocar outra etiqueta bordada, também com motivo militar, no bolso do peito, onde ficava o logotipo da marca da jaqueta: quis mudar o visual, acompanhar o estilo.
Pronto! Vai durar prá sempre, porque é de um material bom, ficou linda e o fato de ser masculina não importa: é só contra-atacar com uma echarpe bem feminina que tudo fica na santa paz.
Você pode reaproveitar quase tudo: é só ter boa vontade, bom senso e imaginação.
Lembra da jaqueta jeans que eu reformei aqui? Bom, ela podia ter virado um casaco de frio, assim: fazendo umas mangas de tricô, de tranças ou cordas, e costurando por dentro, saindo, como se a jaqueta fosse um colete. E na barra, fazia a mesma coisa: tricotava um barrado aberto na frente, bem grande, da mesma lã e do mesmo motivo, saindo por de dentro dela. Demais, né?
Só se lembre do seguinte: use sempre tecidos de cores que combinem, de texturas parecidas (nada de misturar tecido pesado com algodãozinho leve, hein?) Se usar estampa, tenha discernimento de escolher algo que seja atemporal, pois a moda muda, mas o bom gosto fica.
Boas reforminhas!
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2 comentários:

  1. Parabens pelas idéias maravilhosas, Rosa.
    E um beijão na Lolitinha.. cada vez mais linda nos modelitos.

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