segunda-feira, 29 de junho de 2015

A vilã da vez


É a Sabesp - na minha opinião. Por tabela, o governo do estado de São Paulo, o pior que já se teve - nunca teve tanto assalto em São Paulo, fala a verdade.... Esse "governeco" recebeu dinheiro à rodo do Governo Federal por mais de uma vez (e dinheiro GROSSO, nada de mixaria) prá cuidar da crise hídrica que se avizinhava. 


Bom, a crise chegou e o "seu" Alckmin não moveu uma palha. Falar que é bom, fala, mas fazer...

Janeiro deste ano veio a Sabesp trocar meu registro da água - já haviam trocado da casa da minha mãe, que mora perto. Bem que a minha velha tinha me avisado: se estão trocando, é prá subir a conta, jamais prá abaixar...

Dito e feito na casa dela, dito e feito na minha. E olha que já faz muito tempo que aqui em casa se economiza água - que dinheiro não cai do céu e custa muito a se ganhar: lavar o quintal só de vez em quando e só com baldinho. Banhos rápidos - nada daquela águinha quentinha escorrendo pelo corpo - chó-ló-ló-qui-diliça enquanto a gente canta uma ópera (não, senhora). É liga água, molha o corpo, ensaboa, depila, liga a água, enxágua e seca com a toalha - esta então usada mais de uma vez, prá não ficar lavando toda hora. 

E a recompensa de tanto sacrifício e consciência? Já no primeiro mês após a troca do relógio veio 90 reais - quando nunca ultrapassava os sessenta. Pilantragem pura. 

O meu normal é gastar em torno de 15 metros cúbicos de água por mês - um pouco mais, um pouco menos. Mês de abril a moça que vem ler anotou que gastei 25 metros cúbicos - e de punição (aquelas coisas de multa por consumo excessivo acima de tantos metros cúbicos...) me veio a fortuna de 250 reais! Pasmei, pirei, quase infartei e cobrei do pessoal de casa mais economia ainda (o fato é que o "patrão" gosta de um banhinho demorado, nunca adere de fato à economia geral - mesmo com minhas aporrinhações exaustivas e constantes...).

Mas eu pensei: "Vou conseguir baixar de novo prá minha faixa normal, ninguém vai ficar levando nosso dinheirinho suado assim, no mole...".

Veio maio e a conta veio ZERADA:  não informava nenhum valor, nenhum consumo, nada - apenas um aviso de que nossa conta passaria por uma revisão, face algumas irregularidades.

"Finalmente!" - eu pensei. "Eles se deram conta que cobraram demais em abril e agora vão revisar o que foi que aconteceu! Com certeza vão corrigir o erro!" - e fiquei esperando o final de junho, prá ver como é que ia ficar o negócio...

Sexta feira passada lá estou eu, cuidando da vida, limpando a mesa da copa e, mediante o alvoroço das minhas cachorrinhas, espiei pela janela - vai que tinha alguém pulando a grade do portão, na intenção de entrar na minha casa prá me assaltar! - e vi uma moça da Sabesp parada, espiando a fachada da casa. Ela olhava a conta que tinha na mão, olhava prás paredes, prás portas, prá tudo e voltava a olhar prá conta.

"Peraí!" - eu pensei. "Tem alguma coisa errada...". De imediato abri a porta e fui buscar a tal conta que a moça tanto tinha olhado - ela já estava do outro lado da rua, medindo o consumo da minha vizinha de frente. 

Tinha duas contas enroladinhas, presas na grade do portão. Uma - de junho - no valor de 65 reais e a outra - aquela de maio que tinha vindo zerada - no valor de SEISCENTOS E VINTE REAIS!!!! Não mencionava quanto a gente tinha consumido em metros cúbicos, apenas indicava esse valor absurdo prá gente pagar...

Na mesma hora eu falei: "Moça! Moça! Vem aqui um pouquinho, por favor!" e, com a maior cara de "Ai, que saco!" a moça da Sabesp atravessou a rua e veio falar comigo. 

-"Moça, tem alguma coisa errada! Jamais que eu gastei essa fortuna toda de água, isso aqui prá mim é o preço que eu pago por um ano inteiro, tem algo de errado aí!..."

Ela - rindo da minha cara, pois eu devia estar bem transtornada... - me disse com carinha de Pilatos que não tinha nada que ver com isso, que eu deveria procurar a Sabesp prá me informar... Daí que eu me toquei: ela olhava prá conta alta, olhava prá minha casa simples e ficava imaginando onde diachos devia ficar escondida a piscina olímpica...

Entrei, liguei pro Marildo, contei o que tinha acontecido e ele me disse que não podia fazer nada, pois esses valores já deviam ter até saído de sua conta no débito automático. "Como-é-que-é? Então fica por isso mesmo, você não vai fazer nada???" ("P" da vida que eu tava e ele no maior sossego...). 

Porque o Marildo é assim: Se tem que reclamar, sou eu que reclamo. Mandar email prá lá e prá cá, vestir meu sapatinho, e ir até tal lugar lá-vai-a-velha - que, prá ele, o gasto de gasolina, o preço do estacionamento, o tempo que vai perder já o desmotivam, o fazem "deixar prá lá" - ai que ódio que dá nessas horas... 

Amor tem dessas coisas: às vezes a gente bem que gostaria de dar umas chacoalhadas, com muito amor e carinho, mas prá ver se "esse povo" acorda e sente o cheiro do café...

Por sorte meu filho puxou a mãe. Chegou em casa, pegou todas as contas passadas, deu sua analisada e nos mostrou como era absurdo o valor cobrado.

Vou explicar: aquele reloginho cheio de números que mede o nosso consumo de água vai acumulando números. Todo mês o funcionário anota o número que tá escrito lá, subtrai do número que estava escrito no mês passado e essa diferença é o nosso consumo do mês. 

Em janeiro, quando trocaram nosso relógio, o novo veio zerado - todos os quadradinhos tinham números "zero" dentro. Por erro da funcionária, ao fazer a leitura, foram anotadas em alguns meses cifras sempre superiores ao consumo, gerando as contas de valores bem maiores do que deveriam - e a maior prova disso era a leitura atual...

Resumindo: hoje, face insistência minha e do meu garoto, Sua Majestade foi reclamar na Sabesp apresentando todos os consumos das contas passadas, provando que jamais a gente consumiu tanta água a ponto de ter que pagar aquela fortuna de conta e, após revisão do funcionário, a conta caiu prá 45 reais.

Agora: se nós fôssemos pessoas simples, sem instrução, íamos acabar engolindo essa safadeza com farofa... Imagino quanto desse tipo de coisa não acontece por aí, o tempo todo, e a maioria das pessoas nem se dá conta... 

10 reais aqui, 30 ali, cinquentinha acolá - e por aí vai se enchendo o cofrinho de alguém, que não é o nosso...

Conselho de quem sabe: acostumem-se a ler sua conta de água. Nela vem marcado o consumo do mês e também dos meses prá trás - assim você até percebe se gasta mais água no frio ou no calor, por exemplo. Acostumem-se com o valor da leitura mês a mês - que assim vocês mesmas fazem seu cálculo de metros cúbicos mensal. Aprendem a se controlar melhor - e isso até faz bem pro cérebro, é sempre um exercício. 

Além de fazer bem pro bolso...
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8 comentários:

  1. Rosinha o seu post é uma lição de cidadania. Tem reclamar e exigir justiça, sempre!
    Por aqui também vão ocorrendo esses "erros"!
    E eu sempre reclamo, é claro! O marido, não! Não tem tempo! Tudo eu, tudo eu:-)

    Beijinhos, querida

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  2. Rosa...é importante vermos as nossas despesas de forma atenta e cuidada! Exigir se for esse o caso!!! Bj amigo

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  3. Rosa, você ficou brava mesmo! E com razão, a diferença é muito grande.
    As pessoas não imaginam as consequências que tem o desleixo na realização do seu trabalho, não é? Se o funcionário prestasse atenção na hora de anotar, não tinha acontecido nada disso.
    Ainda bem que vocês conseguiram fazer valer seus direitos.
    Bjs

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  4. Rosa, é uma saga , lutar pelos nossos direitos!
    O que é certo é certo, e má gestão do dinheiro público e recursos naturais, é o cúmulo e geralmente quem paga são os mais simples !
    bjs e boa semana querida!
    Nina

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  5. Rosa, querida. Fiz um comentário e acho que não saiu. Bem, o que eu disse é que as peles comprei na Rua Sampson. Desci na estação Brás/Bresser e fui até lá a pé.
    Beijos e tenha uma ótima semana, amiga.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Rosa

    (Decidi excluir coment anterior para não polemizar)

    Sempre acompanho as medições de conta d'agua na parte de m3, Assim faço também com a conta da Comgás. Chegou conta de água? olho o hidrômetro. Chegou conta do gás? vou lá conferir no marcador.
    Só uma vez reclamamos da conta de gás, mediram errado, anularam e depois emitiram a nova conta com tudo certo.

    No meu caso, como é só eu e o marido, nosso consumo não chega nem a 10m cúbicos/mês.

    Reclamar é necessário senão esse país não muda!!

    Bjs

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  8. Rosa, rosinha,

    Fiquei aqui indignada com sua história épica...afffff...

    Eu fico de olho em TODAS as contas...não tenho nada em débito automático, prefiro eu mesma ir e pagar e se preciso for...perder meu precioso tempo atrás de justiça !!!!

    Afff, incrível como sempre querem nos esfolar...

    beijinhos, tenha uma semana bem bonita!

    Lígia e =^.^=

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