terça-feira, 2 de julho de 2013

Quem diria...

Que essa batinha linda custou só 1 real? 




É isso mesmo: um realzinho, nem nota de papel mais tem pro coitado - só moeda. Não dá nem prá comer um pastel na feira!

Mas deu prá eu fazer essa blusinha linda, com ar de lingerie, prá mim - só que a Nana apaixonou e já pegou prá ela (Rrrrrrr - eu rosnando).

O molde é parecido com o desse meu vestido AQUI - você pode fazer uma igual, basta saber usar uma régua.

Por que ela custou um real? Por causa do preço do retalho, né! A 5 reais o quilo, a blusinha pesa 200 gramas, é só fazer as contas...

Mas se vocês soubessem a confusão que deu a blusa de 50 centavos... 

No último dia da faculdade a minha Nana foi com ela na aula. As amigas dela acharam linda, perguntaram onde tinha comprado. Daí ela contou prá melhor amiga que a mãe que tinha feito, com o custo de uma moedinha. A amiga adorou, disse que eu tinha que fazer de monte e vender...

Quando eu fui buscar as duas no metrô (porque a Lola tava no Instituto de Artes, ido passear com a Fernanda...) a Nana toda feliz foi me contando e então: bronca do pai e da Lola:

- "Você não devia contar prás pessoas que sua mãe fez a blusa de retalho, que custou tão pouco, é feio fazer isso, você desmerece o trabalho e o capricho da sua mãe!"

- "Você tem que fazer mistério, ninguém tem que ficar sabendo quanto custou nada!"

- "Cada pessoa que fica sabendo que a blusa custou tão barato passa a achar a blusa uma porcaria, deixa de achar ela linda!"

- "Uma hora dessas a tua amiga briga com você e sai espalhando prá todo mundo que você é a garota que se veste com 50 centavos..."


Concordo. Prá que essa confusão toda?!!

E a Nana? Ela disse que tinha o maior orgulho de eu ser tão esperta, saber me virar e fazer coisas lindas com tão pouco. Que usava com orgulho a blusinha que só custou uma moeda e que se alguém disser o que disser dela ela não tá nem aí, não se importa com a opinião de gente besta...

Ai, orgulho... Pensa igualzinho a mãe...

É, porque eu sou muito feliz em fazer milagres com pouco dinheiro, sinto orgulho. Não sou o tipo de gente que come sardinha e arrota caviar: eu sempre fui e sempre vou ser simples, gostar de comer arroz com feijão, ovo frito, fazer minhas próprias coisas... Nunca fui de ambicionar ser rica, nem nada. Só quero ser feliz na medida do possível e fazer feliz quem eu amo. Por isso meu blog é assim: não é da moda, nunca vai ter "mils" seguidores, nunca vai ser febre na net - mas sempre vai ter uma dica boa, fruto da minha experiência, prá quem valoriza o básico e o descomplicado feito com amor e pouco dinheiro. Porque, afinal, da vida a gente não leva nada, não é? Só a vida que a gente viveu...
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25 comentários:

  1. Rosa,
    concordo contigo e com a tua filha...
    Somos mais nós e se alguém não entender, que se lixe!!!!

    abraços de MF
    ahhh- gostei da blusa e do texto, com certeza!

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    1. Ah, obrigada, Filomena querida! Adoro quando encontro almas irmãs da minha, que também amam a simplicidade. Beijos!

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  2. Rosa

    Sua filha sentiu tanto orgulho de você costurar a blusa a menos de R$ 1,00 que ela falou para as amigas. Com certeza, não estava desmerecendo seu trabalho mas você tem razão quando diz que os outros não valorizam quando é muito barato. E aí entra a ignorância das pessoas e sobre isso a gente nem pode dar crédito.
    Adorei a resposta da Nana sobre nem estar aí com a opinião dos outros, ela está certíssima!!

    Essa blusa rosa ficou romântica, meiga...muito bonita como tudo o que vc faz.

    Bjs

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    1. Obrigada, Fatinha querida. Eu bem sei que a opinião da maioria das pessoas se deixa influenciar pelo valor monetário das coisas - mas eu faço o possível prá não dar importância a esse tipo de coisa. Prá mim o que importa é ficar bonito e bem feito.

      Beijos!

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  3. Bom dia Rosa! É sempre uma alegria quando abro minha página no Facebook e encontro lá uma postagem sua. Eu sei que sempre tem alguma coisa interessante e bom humor. Eu penso como você, é tão mais fácil ser simples e gostar de coisas simples. A vida tem que ser simples, nós é que a complicamos! Tenha orgulho mesmo, das coisas que você faz! Mostra o quanto você é criativa e valoriza pequenas coisas. Eu nunca usei marcas de grife e não faço a mínima questão. Ensinei minha filha também a pensar dessa forma. Sabe que ela também procura tecidos e costura as calças para os meninos. Você sabe o quanto meninos de cinco anos gastam calças, principalmente nos joelhos. Eles gostam de brincar na terra, visto que ela tem um bom jardim! Imagine roupa muito boa, toda cheia de terra. Não dá! (como diz um dos meninos) Eu de minha parte também fico orgulhosa de ver a atitude dela. É isso aí, minha amiga, continue com sua linda criatividade. Força e fé. Grande beijo.

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    1. Que bom que sua filha é assim, os meninos vão crescer com uma boa base (que realmente começou com você). Sabe, a maioria dos meus parentes só dá valor à marca, a grife - preferem ter poucas coisas, mas que sejam caras. Acho isso uma besteira tão grande! Quanto você acha que custou prá fazer a roupa de marca? Provavelmente a mesma coisa que custou as que eu faço em casa (ou até mais barato ainda, porque as confecções compram a um preço que a gente não tem oportunidade de comprar...). Esse pessoal paga pela etiqueta, pela imagem que passa. Feli da tua filha que aprendeu direitinho o real valor das coisas.

      Muito obrigada pelo carinho!

      Beijos!

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    2. Olá Rosa, bom dia! Lá na década 80, quando meu marido entrou para a fiscalização da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, ele fez muitos trabalhos na região do Brás e do Bom Retiro. Naquela época minha filha, adolescente, achava que as roupas de marca eram melhores. Um dia ele chegou e explicou para ela que as calças jeans da marca Zoomp eram feitas numa fábrica lá no Brás. Eles fabricavam as calças e a Zoomp só colocava as etiquetas. As calças vendidas na fábrica eram do mesmo material e modelo das de marca, mas o preço era um terço do valor da marca. Depois desse dia, minha filha entendeu e não fez mais questão de marca. Minha amiga, o caminho é esse! Sorte nossa que não fazemos questão de marca, pois assim temos roupas exclusivas, feitas por nós. E eu gosto de exclusividade! Beijos mil.

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    3. Que bom então que seu marido pode ensinar essa preciosa lição prá filha - assim ela tem mais essa recordação preciosa prá compartilhar com os filhos.

      E exclusividade é bom mesmo, não é? Nada pior do que todo mundo vestindo "uniforme"...

      Beijos!

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  4. Olééé Rosa!! É isso aí, você e a Nana estão certíssimas! Mas não vou desmerecer a opinião do seu marido não, viu. Ás vezes, mas só ás vezes, omitir ( e não mentir ), até que vai bem. Já pensou : se você fosse vender,ninguém iria pagar o merecido por você ter procurado um lugar mais em conta prá comprar os tecidos, escolhido no meio de tantos retalhos e tal. Quanto á blusa, ficou di-vi-na!! E eu sempre aprendo e aproveito as dicas nas suas costuras, seja o modelo, ou uma forma mais fácil de pregar um elástico, um viés etc.
    Sabe que eu comecei a costurar 'prá fora' assim, fazia blusinhas parecidas com essa sua prás minhas meninas, e as amigas começaram a pedir e pedir e eu fiz muitas!! Agora já nem faço mais prás amigas delas, mas criei coragem e costuro pra vizinhas e amigas. Coisas simples, não gosto de fazer nada muito trabalhoso, e porque teria que cobrar mais, aí já viu, né? E então, vai aceitar as encomendas??
    beijos

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    1. Sabe, Luci, moro do lado de uma costureira (minha vizinha, que mal me dá bom dia...). Vejo as pessoas baterem palmas na casa dela o dia todo - ela tem uma grande clientela... Adoraria costurar prá fora, ganhar um dinheirinho extra, mas primeiro eu não tenho lá essa saúde toda prá arcar com compromissos - prazos, estabelecer preços... Segundo que o patrão me matava, é meio machista, sabe...

      Mas fico muito feliz por você dizer que aprende comigo - eu mesma ainda estou aprendendo... Aposto que seus trabalhos são lindos, bem caprichados...

      Beijos e obrigada pelo carinho de sempre!

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  5. oi d rosa sabe qual é o maior valor destas peças? terem sido feitas pela senhora, o carinho com que são feitas para as pessoas que a senhora ama, meu avô como disse era alfaiate, já é falecido a mais de 30 anos e minha tia ainda tem roupas que foram feitas por ele, guarda como as lembranças mais preciosas e é isso o que vale, quem não conhece esse valor não sabe nada. bjs.

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    1. Você disse tudo, Elisabete querida: enquanto o valor das roupas de grife está na etiqueta, o valor das minhas está no amor com que foram feitas. Obrigada por entender tão bem como eu penso...

      Imagino o carinho com o qual sua tia manuseia as roupas deixadas pelo pai - minha mãe também guarda umas peças feitas pela minha avó como tesouros - desses que dinheiro nenhum do mundo compra.

      Beijos!

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  6. Oi Rosa, concordo que a gente tem que ser o que é e o resto não importa. A blusa ficou linda! E eu usaria com certeza, não importando o seu valor. Eu também sou simples e valorizo muito tudo o que é simples também. Parabéns por conseguir fazer com pouco dinheiro coisas tão lindas! Aqui na minha cidade tudo é um absurdo de preço, tudo muito caro.

    Beijos, Débora Oliveira

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    1. Que pena que no resto do Brasil não tem as pechinchas que eu tenho... Mas tenho certeza que você também multiplica o dinheiro, como eu. Beijos e muito obrigada, Débora querida.

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  7. Olá Rosa
    Cada visita que te faço é um aprendizado.
    Amo demais seus textos.
    Muitas saudades.
    bjs Mary Nilva

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    1. Ah, obrigada, Mary Nilva, muito lindo esse comentário. Espero postar sempre coisas legais. Beijos!

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  8. Pois é, Rosa, eu discordo de você.... em um ponto... Acho que se você levasse suas histórias e jeito de ser pra um livro iria ter muito mais do que mil seguidores. Muita gente iria rir com suas histórias no metrô. Seria mais febre do que os tais “tons de cinza”...rsrs
    Mas, por outro lado, infelizmente as pessoas dão mais valor ao que tem fama, e nem sempre são pessoas más. Apenas são assim. Tenho uma amiga muito querida, que é muito fã de um renomado cozinheiro (“chef” como dizem...). Um dia desses encontrei uma receita dele em uma matéria e enviei para o e-mail dela. Ao que ela me respondeu: Essa receita parece boa, mas eu prefiro a do “tal chef”. Pode? Só porque não escrevi que era dele ela não deu valor...
    Somos assim, imperfeitos, e que a vida nos ensine. Sua filha parece mesmo ser alguém que sabe dar valor ao que tem. Parabéns pras duas. Linda a blusa.
    Bjs

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    1. As pessoas são assim mesmo: querem ter sucesso por associação a uma imagem, então assistem, leem e usam o que está na moda. Não estão erradas - muitas vezes é assim que a gente se socializa. Quem é original, na maioria das vezes, fica sozinho... Eu sou sozinha. Posso contar as amigas que tive, em cada época da minha vida, nos dedos de uma única mão - e sempre me sobravam de 3 a 4 dedos...
      Mas não tenho bronca de quem é assim: cada um tem seu caminho a seguir na vida, não é? Melhor andar acompanhado que sozinho.
      Beijos e continue o convívio harmonioso com tua amiga (mesmo discordando em alguns pontos...) - afinal, viver é um exercício de paciência.

      Beijos e um lindo dia prá você!

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  9. Linda bata!super charmosa e romântica.
    Agora meu pitaco na discussão: realmente, vc só pagou os célebres R$0.50 no tecido da blusa, mas isso não quer dizer que ela só te custou isso. seria o mesmo dizer que um livro do Graciliano Ramos só custou o preço do papel e caneta. o seu tempo, talento, criatividade, destreza, conhecimento específico, atenção aos detalhes e especificações da "clientela" (hehehe) é o que dão o valor real ao que vc faz. não sai barato não.
    É prá ter mto orgulho, pq o produto final mostra as qualidades da pessoa que o fez, e foi além, ainda teve a generosidade de através dele ensinar a outras como fazer também. Esses centavos já se multiplicaram muito mais do que a gente imagina....
    os R$0.50 representam o valor da sua matéria prima, mas de forma alguma refletem o valor do produto final, que é uma peça fina e de muito valor, sim. a questão é que vc demonstra no seu blog que essa qualidade e valor estão acessíveis a quem quiser aprender a fazer, e isso é o diferencial. Independente de qto $ sobrando (ou faltando) quem está disposta a por a mão na massa pode fazer uma peça de roupa linda seguindo tuas explicações. Tá aí a tua simplicidade.

    bjo grande de quem já fez roupa de lençol e não se encabulou de declarar qdo foi elogiada.... hahahaha!

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    1. Eu também já fiz - e ainda faço - roupas de lençol! Ai, Deus do Céu, é tão bom saber se virar na vida, não ter medo de arregaçar as mangas e não ter vergonha de ser como se é, não é mesmo? E também penso assim: o valor que as coisas tem vem agregado ao esforço e dedicação de quem as fez - mesmo que muita gente não veja isso. Beijos e obrigada pela lição de vida e finanças!

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  10. Oi Rosa, adoro seu blog, sempre estou consultando as coisas lindas que você faz e me divirto com as histórias e comentários, bjs, Zoraia

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    1. Obrigada, Zoraia, fico muito feliz em saber disso!

      Beijos e um lindo final de semana!

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  11. Olá Rosa Eu Também Não Compro Roupa De Marca Mas Gosto De Peças Exclusivas Por Isso Fiz O Basico De Corte E Costura E O Resto To Aprendendo Com Você.Obrigada Por Compartilhar.Uma Vela Nada Se Perde Quando Com Sua Chama Acende Outra Que Esta Apagada.Beijos

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    1. Concordo com você, essa frase da vela é muito bonita. Beijos e obrigada.

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  12. Olá Rosa Eu Também Não Compro Roupa De Marca Mas Gosto De Peças Exclusivas Por Isso Fiz O Basico De Corte E Costura E O Resto To Aprendendo Com Você.Obrigada Por Compartilhar.Uma Vela Nada Se Perde Quando Com Sua Chama Acende Outra Que Esta Apagada.Beijos

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