quarta-feira, 5 de junho de 2013

Não pode perder nada!


Essa cultura em que vivemos, baseada no desperdício... Trocar de carro todo ano, de eletrodomésticos, de guarda-roupa...


Aqui em casa as coisas são respeitadas, como acréscimos da Misericórdia Divina que são: utilidades prá fazer nossa vida melhor, mais tranquila, manter nosso corpo vestido, aquecido...

Tudo tem uma dispensa honrosa do serviço, nada é descartado como se não fosse nada.

Essa jaqueta tem quase dez anos de existência. Minha irmã a comprou porque queria algo preto, que se assemelhasse a couro. Comprou, chegou em casa provou e meteu na cabeça que não combinava com ela, com seu estilo e mandou prás meninas. Já perdi a conta de quantas vezes ela fez isso: tenho várias blusas e calçados que ela jamais usou, ganhou de presente e não gostou, comprou e se arrependeu e me deu. Eu digo prá ela ir na loja trocar mas ela nunca vai - fazer o quê, né? Cada um com seu modo de pensar...

Bom, a jaqueta veio, eu apertei, diminuí o comprimento das mangas prá servir nas meninas - elas eram menores que hoje, adolescentes. Deixei um pouco de tecido por dentro. 

Elas usaram, cansaram, a jaqueta foi hibernar no maleiro. 

Duas semanas atrás eu lembrei dela, fui atrás, dei uma lavada, a Nana provou. Minhas meninas só espicharam, então a manga tava curta, mas o resto tava na medida.

Então desmanchei com cuidado a barra das mangas, prá aproveitar todo o comprimento dela. Fiz uma "ponta de manga" postiça, de malha (pois a jaqueta toda é de malha matelassada por fora com forrinho de malha  por dentro...), na mesma cor, mas em tecido diferente (Ninguém vai ver, né? Tá por dentro...). Dei uns pontinhos bem caprichados à mão, unindo o forro novo ao velho e pronto! 
Dá prá ver a linha da costura antiga? Pois é: quando lavou, saiu, foi só dar uma esfregadinha na mão...

Se tivesse que usar desse lado, que feio que ficava! Mas é do lado de dentro - e ficou bem feitinho...

Aumentei bem o comprimento da manga e, do lado de fora, nem se percebe. Por dentro a costura ficou suave o suficiente prá não aparecer nenhuma marquinha do lado direito e também não incomodar nos braços.

Ah, minha mãezinha fazia tanto disso com nossas roupas, quando eu era pequena!!! Herdava as roupas velhas das minhas primas, muitas vezes menores do que eu, então era barra postiça em blusa, calça, saia, vestido... Não podia perder nada...

E - prá complementar e dar cara nova - uns spikes (poucos, prá não pecar pelo exagero...) em cada ponta da gola.

É uma jaqueta bonita, quentinha, com bolso, que recebeu uma nova oportunidade de ser útil e aquecer minhas filhas - que a dividem sem problemas, como deve ser entre irmãs...

A Nana usando de dia, com blusinha de gola alta por baixo, voltando com ela da faculdade - as amigas perguntaram onde ela tinha comprado a jaqueta...

E a Lolinha usando na vez dela:



Lindas e quentinhas como deve ser com "Filhinhas da Mamãe"...
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11 comentários:

  1. Pra quem sabe costurar, todo a roupa é oportunidade de reciclagem! bjs e bom dia!

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    1. É, a gente tem que se virar prá aproveitar tudo. Beijos!

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  2. Essa jaqueta é linda e como sempre, a moda vai e volta. Tenho visto roupas com esse matelassê nas vitrines neste inverno, e achado lindas!! Fez muito bem em tê-la guardado!!
    beijos

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    1. Tô mesmo ficando velha... Esqueci de responder um montão de comentários!!! Luci, desculpa... Obrigada pelo comentário. Não ando vendo muitas vitrines ultimamente, mas adorei saber que está na moda. Beijos!

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  3. Rosinha és tão inspiradora! Essa atitude dá uma imensa liberdade face à escravatura consumista.
    Mulher sábia, inteligente, de bem com a vida!
    Beijo

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    1. Essa sou eu: sabedoria na hora de gastar é comigo mesma... Obrigada!

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  4. Bom dia Rosa, obrigada pela sua visita, eu também aproveito tudo, reformo as roupas, customizo, sempre dou uma modificada, vc. viu que fiz na blusa da minha filha, quanto ao cachecol eu vi a receita em ingles, vou tentar traduzir, mas os problemas são as abreviações, quero muito fazer este cachecol, beijos

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    1. Vou tentar fazer eu também, pois fiquei apaixonada. Beijos e obrigada pelo carinho e atenção.

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  5. Concordo com você, D. Rosa.
    Não se deve desperdiçar nada e aproveitar tudo!
    A minha avozinha também fazia e arranjava as minhas roupinhas, quando eu era pequena. Infelizmente (ainda) não aprendi a costurar, mas gostava de saber fazer esse tipo de reciclagem na roupa.
    Beijinhos

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    1. Mas vai devagarinho se aventurando que costurar é muito fácil - é só perder o medo. Beijos!

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  6. Obrigada, Roberta, vindo de você, esse elogio é uma maravilha mesmo. Teu blog é incrível. Beijos!

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