segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Sendo aquela pessoa...


A vida é uma coisa tão mágica, não é mesmo? 

A gente nasce chorando, frágil e pequeno, precisando de ajuda prá tudo, aprendendo a cada dia, mesmo sem querer, alguma coisa nova - algumas boas, outras ruins. Mas, o certo é que a gente vai embora muito diferente do que aqui chegou...


Eu tinha acabado de completar 11 anos e entrado para a 5ªsérie - que, naquele tempo, se chamava "ginásio". 

Uma mocinha. 

Uma porção de coisas começaram a acontecer naquele ano. Uma das professoras percebeu que eu era míope - muito míope, e ninguém na minha família sabia disso (eu muito menos: eu pensava que todo mundo enxergava daquele jeito...). Pela primeira vez não sentava mais na primeira carteira, próxima da lousa, e descobri que, sentando longe, não via nada do que a professora escrevia... 

Pela primeira vez também achei que já tinha idade suficiente para ir e voltar da escola por outro caminho, diferente daquele ensinado por minha mãe: justamente pelo caminho que ela me aconselhara a nunca usar, pois passava em frente a uma série de bares, frequentados por desocupados e alcoólatras - mas eu já era grande, com meu 1,50 m e meus 35 quilos de puro osso. O fato é que - sabe como é...- passava em frente à casa de um menino bonitinho que estudava na minha escola, então... 

Mesmo assim, não pensem que foi fácil: as edificações eram velhas, 3 bares em sequência, de pintura descascada pelo tempo, com cheiro de bebida curtida que atingiam a gente em cheio muito antes de se passar em frente à porta mas, afinal, eu já era grande...

Então, de dentro de um deles, surge - mesclada com outras vozes e risadas - a voz de meu pai. 

O ambiente era escuro (pois eu estava no sol...) e, atônita, fiquei ali parada, do lado de fora do bar, esperando a visão se acomodar. 

Um amigo do meu pai, que tinha o apelido de "Pintado" (pois era todo sardento), o cutuca e diz: "A tua filha.". 

Meu pai sai, todo sorridente, me pega pelo braço e me leva lá prá dentro. Me apresenta, todo amigo, aos cachaceiros e à dona do Bar. 

Dona Nena - esse era o nome dela - uma mulher bonita, portuguesa chegada muito nova ao Brasil, sorridente, me cumprimentou com educação.

Meu coração era puro ódio! Ali estava meu pai - aquele pai que estava sempre bravo e carrancudo, com um sorriso que eu nunca via em casa, pagando bebida e coxinha de galinha pros amigos... 

Ele me disse: "Escolhe um doce do balcão, Rosa!", pois o bar tinha um balcão de madeira com tampa de vidro, onde haviam paçocas, suspiros, doce de abóbora... 

Nem me lembro qual doce eu peguei - mas lembro que, por pura maldade, furtei um dadinho. Dadinho - aquele doce que parece mesmo um dado, que lembra o recheio do bombom sonho de valsa, sabe? Coube direitinho na minha mão e ninguém viu que eu peguei...

Fui embora prá casa, sem prestar nem atenção no meu novo caminho, não quis almoçar, não fiz a lição de casa, só me deitei na minha cama e cobri a cabeça. Minha mãe achou que eu ia pegar um resfriado...

Passei uma noite horrível. Aquela mulher era a culpada de tudo do mundo, com seu rosto maquiado de pó de arroz, seu sorriso emoldurado de batom... 

No dia seguinte fui à aula de corpo e alma quebrados, o coração acelerado no peito, a cabeça trovejando um temporal de pensamentos. 

Nem bem o sinal tocou, na hora do recreio, peguei minhas coisas, disse prá professora que não me sentia bem (minha cara bem que atestava isso...) e corri prá porta do bar - queria ver se meu pai já estava  ali, queria furtar outro doce e mais outro e mais outro... Aquela mulher ia pagar muito caro por todo o mal que nos fazia!

O bar havia acabado de abrir e somente dona Nena estava lá, passando um pano com álcool no balcão. Me viu e sorriu, lembrando quem eu era. 

Aquele sorriso falso era a gota d'água! 

As palavras que trovejavam dentro da minha cabeça se atropelaram todas prá sair pela boca, de uma vez só, numa avalanche de xingamentos e de acusações ... 

"Enquanto a sra. (mesmo assim eu a chamei de senhora...) faz meu pai gastar dinheiro aqui, a gente lá em casa muitas vezes passa fome!

Nem tenho como escrever tudo o que disse para aquela mulher... 

Dona Nena escutou tudo o que eu tinha prá dizer. Não sei se ela sentiu raiva de mim, se ela sentiu pena, se foi indiferente. Seu rosto era indecifrável prá mim - eu o via como o retrato da maldade do mundo. 

Quando eu acabei, bem calma, ela me disse:

-"Olha, menina... Seu nome é... Rosa, não é? Olha, Rosa. Eu não posso me dar ao luxo de espantar fregueses, meu sustento sai deste bar... Mas, olha: seu pai sempre paga bebida, pão com mortadela,  salgado para os amigos. O que você acha: todo dia, de manhã, antes de abrir o bar, vou comprar um litro de leite e uma bengala de pão e vou deixar aqui, esperando por você - é só vir buscar na saída da escola. Eu ponho na conta do seu pai".

"Acho bom mesmo!" - eu pensei. "Não faz mais do que a obrigação..."

Daquele dia em diante, todo dia (até de sábado), eu dava uma corrida até o bar prá pegar aquele pão e aquele leite, às vezes um quilo de açúcar, um pão doce - vindos da lembrança e da boa vontade dela, porque eu mesma não pedia. Tudo ia prá conta do meu pai, mas saía da bondade dela. 

Durante quase dois anos aquela mulher ajudou a minimizar a fome de um bando de crianças que ela nunca viu - e de uma ladrazinha, que lhe furtou um dadinho do balcão de doces...

Parou quando faleceu, vítima de um enfarte, ainda nova. O bar ficou fechado por quase 20 anos - virou depois uma papelaria, voltou a fechar e hoje, reformado, é uma lojinha de presentes e bijuterias...

Até hoje é meio inexplicável prá mim por que não levei o esporro que eu merecia... Por que, em troca de todo meu ódio, recebi pão e leite? Bondade dela, bondade Divina, sei lá -  ainda não entendo direito...

Aquele pão e aquele leite alimentaram mais que meu corpo. Alimentaram aquela semente de bem que Deus plantou no meu peito quando me fez e que vivia sufocada pela dureza da terra onde estava enterrada, seca de sede, morta de fome... 

Porque a vida é assim, sabe? Todos nós somos como pedrinhas num saco: rombudas, cheias de arestas, pinicando, incomodando, resvalando  umas nas outras, umas brilhando mais, outras sem brilho algum mas, nesse contato forçado umas com as outras vamos nos polindo, burilando a pedra bruta que existe dentro do nosso peito - até que ela brilhe como foi destinada a brilhar quando saiu da imaginação do Nosso Pai... Ele coloca no nosso caminho muitos e muitos artífices, soldadores, joalheiros da vida (e a maioria deles nem se dá conta de seu papel...).

Até hoje penso na Dona Nena - que, apesar de sempre ter escutado meu "obrigada" quando me passava o leite e o pão (porque, afinal de contas, eu era uma menina educada...), nunca ouviu o som do meu agradecimento verdadeiro, vindo do coração - porque eu soube muito bem despejar meu ódio sobre ela, mas fui tímida e econômica na hora de agradecer.

E, até o dia em que eu morrer, vou me lembrar dela e vou lutar prá ser uma pessoa melhor, prá ter algo  prá dar à vida ao invés de só pedir... Prá que, quando Deus me buscar, eu não tenha vergonha de mostrar nas mãos somente aquele dadinho furtado (uma coisa tão bobinha, 5 centavos de nada - que me pesa tanto na alma!) - mas que eu mostre que, também eu, soube escutar o mal e retribuir com o bem, trazendo - para a vida de alguém - um pouco mais de brilho.

Fazer a diferença...

Este é o meu desejo de  Feliz Ano Novo - prá mim, para aqueles que eu amo e prá todo mundo...

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33 comentários:

  1. Feliz ano novo. E que não roube mais dadinho de nínguem! Com a singeleza da criança de 11 anos e a experiência de uma mãe e artista, você conseguiu passar para nós a importância de transformarmos momentos por vezes sofridos em aprendizado.

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    1. Pode deixar, Denise. E obrigada por essas palavras lindas. Beijos1

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  2. Uau, que liçao de vida, heim?!
    Adoro seu blog, suas historias, seu jeito simples e fraterno. Deus te abençoe sempre...é muito bom ver que mudamos para melhor, como seres humanos.
    Um Ano bem feliz para vc.
    Bjs,
    Cris

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    1. Obrigadão, Cris, um beijão prá você também e um 2013 maravilhoso!

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  3. que emocionante depoimento amiga.... lindo de viver...beijos no coração....

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  4. Dna Rosa!!!!
    Que os sonhos se renovem, que sua vida tenha mais fôlego, que seu coração seja sempre generoso e solidário.
    Feliz todos os dias de 2013!!
    Quanto ao seu texto, me faltam palavras... Me emocionei com a mensagem, com a lição. Por vezes, esquecemos de agradecer e nos colocamos a pedir mais e mais. Esquecemos que a vida é feita destes pequenos grandes gestos, e que aquele que oferta, é sempre mais feliz do que o que recebe. Que possamos todos ser gentis, solidários, entendendo que todos entram em nossa vida não por acaso. Um abraço afetuoso!

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    1. Muita saúde, paz e felicidade prá você e prá esse garotão lindo! Obrigada por me visitar sempre e me deixar feliz com seus comentários. Beijos1

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  5. Rosa, com os olhos cheios de lágrimas, li e reli sua história de vida!

    Eu penso que algumas pessoas são simplesmente sábias, bondosas e maravilhosas...como dona Nena.

    Fico feliz aqui, porque hoje você é uma pedrinha brilhante, que tem o brilho da gratidão refletindo em suas ações!!

    Feliz Ano Novo, e que você brilhe mais e mais!!

    beijinhos,

    Lígia e turminha
    ღ ╮ ♥ ⊰ ✿ ⊱ ♥ ⊰ ✿ ⊱ ♥ ╭ ღ ╯

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    1. Ah, ainda tô longe de brilhar, mas alguns cantinhos já dão sinal do material que Deus nos fez... Obrigada pelas visitas constantes e pelas palavras sempre tão carinhosas, querida Lígia. Um beijão e feliz 2013!

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  6. Rosa, que lindo!!! Esta foi "a mensagem " pra mim de ano novo. Obrigada.
    Lendo todo o post não pude parar de pensar em como vc escreve bem. Já pensou em ser escritora? Com certeza tens o dom das palavras. Um ótimo 2013 pra ti e para os seus. Bj

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    1. Que bom que você gostou! Quanto a escrever livro, quem sou eu?? Não tenho esse talento, apenas conto historinhas. Obrigada, me fez feliz. Um beijão e um maravilhoso 2013 prá você também!

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  7. Nossa Rosa, que história linda a sua...
    E que reflexão profunda você fez a partir do que te aconteceu!
    Uma grande lição de vida.
    Feliz 2013!
    Abraço

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    1. Eu sou assim mesmo: sempre pensando demais. Se o cérebro fosse como os músculos, o meu seria enorme, de tanto pensamento que tem dentro - às vezes parece ocupado por uma multidão num estádio de futebol... Ainda bem que, de vez em quando, sai algo bom daí, senão seria o maior desperdício de impulsos elétricos. Obrigada por sempre aparecer, por sempre me deixar feliz com seus comentários e um feliz 2013 prá você também, querida Cristiane. Beijos!

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  8. Rosa, como você é integra. Pode ter certeza que Deus ja lhe perdoou pelo dadinho. Feliz 2013
    Suzy Mendonça
    OBs: Sou sua fã e de seu blog. Beijos

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    1. Obrigada, Suzy: pelas palavras lindas,por ser fã do meu blog! Fiquei feliz!!! Beijos e um 2013 maravilhoso prá você!

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  9. Rosa, cheguei hoje aqui e já estou ali na galeria de seguidores. Sua narrativa cheia de vida, simplicidade tocou-me demais.
    De início sem nem mesmo imaginar o rumo que tomaria a história me vi menina, aos 11 anos começando o meu curso ginasial, dei uma viajada no tempo, depois voltei para a postagem e fui surprenedida pela força de uma menina que talvez tenha crescido por dentro sem perceber, precocemente, mas que com isso mudou uma história familiar. Não foi o acaso, foi Deus! E foi esse mesmo Deus que me fez chegar aqui hoje. Bom demais!
    Bjks no coração

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    1. Muito obrigada, Renata - por gostar do que eu escrevo, do blog, por virar seguidora... Espero não te decepcionar, prá você continuar voltando. Beijos!

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  10. Rosa, querida fiquei comovida com sua história de vida.
    Continue sendo essa pessoa que maravilhosa que é.
    Estive no Varejão Chaves (Santo Amaro) que agora chama-se Varejão das Fábricas e em BH tem a mesma loja. Lembrei-me muito de você.
    Feliz 2013. Ainda está dormindo com o canto dos grilos?
    Beijos

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    1. Obrigada, Helena. Você foi um dos "achados" de 2012 prá mim - bom demais te conhecer. Infelizmente acabaram-se as noites com serenatas de grilos (pelo menos até o carnaval...). E aqui também chama Varejão das Fábricas, mas eu continuo chamando de Varejão Chaves - teimosia de velha... Beijos e um 2013 cheio de saúde e paz, com cada vez mais realizações profissionais!

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  11. Querida "desconhecida":

    Como gostei deste relato duma fase da sua vida !!!
    Queria escrever algo mas fiquei emocionada, não encontro
    palavras.
    Linda a D. Nena, coração amoroso. E com a sua bonita decisão, conquistou a Rosa que passou a ser amorosa também.
    Um beijinho, e bom Ano-Novo.
    Sou de Portugal.
    Dilita.

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    1. AMO Portugal, querida Dilita. A música (ainda canto uns fados que minha avó cantava, de vez em quando - e acabo sempre dando uma choradinha...), a comida, o jeito de falar nosso amado idioma português. Obrigada por aparecer, Feliz 2013 e continue me dando o prazer de aparecer! Beijos!

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  12. Que história Rosa! Já pensou em escrever um livro, vc escreve tão bem.
    Já ouvi muitas histórias de homens sem amor a família que deixam tudo em um bar, mas nunca vi um final como esse. Odeio bar, odeio bêbados, pra ser sincera, não suporto mesmo. Se acontece de algum ficar perto de mim sou capaz de arrumar briga... Sempre fui assim. Já depois de adulta vim a saber que quando tinha alguns dias de nascida meu pai (que faleceu quando eu tinha 3 anos) me deu rabo de galo (parece que era uma mistura de pinga com vermuth, ou coisa assim...), fui parar no hospital, quase perdi a vida... Será que vem daí esse ódio brutal contra bêbados?
    De qualquer forma, valeu pela história, é sempre reconfortante saber que existem pessoas de bom coração em qualquer lugar. E isto inclui você. Que mesmo dentro de sua raiva achou uma brecha pra amenizar o sofrimento da família.
    Um 2013 de muita luz pra ti.
    Bjs
    Mara

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    1. Ai, Mara... A bebida é mesmo a ruína de muitas famílias, de muitas vidas. Mesmo assim, o coração da gente foi feito prá amar e perdoar, não é? Fazem 2 anos que meu pai faleceu, vítima de câncer, e ainda sofremos muito, choramos muito - pelo que foi, pelo que podia ter sido... Mas tudo passa, e Deus tá tomando conta, não é? Que Ele te abençoe, te dê um 2013 repleto de coisas maravilhosas. Obrigada por aparecer e um beijão prá você.

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  13. Que testemunho! De coragem, de sinceridade, de integridade. Estou impressionada. Ainda bem que tive a sorte de te encontrar!
    Apetece-me bater palmas, aplaudir de pé e gritar BRAVO!!!!
    Beijo da Nina

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    1. Obrigada pelas palavras lindas, querida Nina. Eu é que tive sorte de encontrar,do outro lado do mundo, uma pessoa boa como você, que aprecia de coração coisas tão simples quanto as minhas. Beijos e um maravilhoso ano de 2013!

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  14. Oi

    Vim conhecer seu cantinho por intermédio da Circulo, pegue seu end. e tomei a liberdade de seguir, me encantei com sua arte.
    Faço croche, esse é meu hobby.
    Vem conhecer um pouco das minhas artes.
    Bjs, Regina

    www.arte-da-regina.blogspot.com

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    1. Oi, Regina! fui no endereço do seu blog mas não consegui encontrar! Manda prá mim o link de novo, querida, prá eu poder te visitar! Beijão e obrigada1

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  15. Rosa, te admiro muito por você ter a coragem de admitir, não só para os outros, mas principalmente para si mesma, seus sentimentos e atitudes consideradas ruins. Acho que, com essa autoanálise, você se tornou essa pessoa especial, com esse coração tão generoso, dando para todos o melhor de si, distribuindo sua sabedoria e dividindo com a gente tudo o que você aprendeu e faz tão bem.
    Obrigada por mais essa lição!
    Muitos beijos
    volte logo!

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    1. Obrigadão, Luci, pelas palavras lindas, pela visita, porme achar especial, mas é tudo bondade sua. Eu mais tropeço que acerto o passo, ainda sou uma alma em construção, cheia de andaimes, rebocos e muitas e muitas marteladas... Muitos beijos prá você também e um feliz 2013!

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  16. Olá Rosa! Deixei um comentário mas não o estou vendo. Onde anda vc amiga? Espero que tenha apenas tirado umas férias. Bjs

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    1. Olá, querida Célia! Acabei de voltar e procurei esse outro comentário seu, mas não achei... Faz de novo prá eu ler, senão vou ficar curiosa!!! Beijão e obrigada por se preocupar.

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